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HISTÓRIA DO CONCELHO DE SILVES

A presença do homem do Paleolítico é confirmada por uma estação arqueológica. Toda a área do concelho de Silves foi, porém, habitada no Neolítico e na Idade dos Metais, como confirmam os muitos achados arqueológicos, sendo de referir a abundância de monumentos megalíticos - menires em arenito vermelho da região ou em calcário. O rio Arade foi, desde tempos remotos, uma via de penetração dos barcos dos povos fenícios, gregos e cartagineses, atraídos pelo cobre e pelo ferro extraídos no ocidente algarvio. Comprova-o a estação arqueológica do Cerro da Rocha Branca, infelizmente destruída, a menos de um quilómetro de Silves, que foi habitada desde o final da Idade do Bronze e que, no séc. IV a.C., teve uma forte muralha de defesa e ocupação posterior nos períodos romano e muçulmano. É à navegabilidade do rio Arade e à sua posição estratégica no alto de um morro, dominando um vasto espaço, que Silves deve a sua fundação, possivelmente durante o domínio romano. Mas é com a ocupação muçulmana, iniciada por volta de 714/716, que Silves se torna a cidade próspera que no séc. XI foi capital do Algarve e que, segundo alguns autores, chegava a ultrapassar Lisboa em dimensão e importância. Neste período, Silves é igualmente um centro cultural onde residem poetas, historiadores e juristas. As convulsões religiosas e políticas que assolaram o mundo islâmico nos sécs. XI e XII repercutiramse em Silves pelas frequentes mudanças dos seus senhores e por cercos e lutas entre fações rivais. Tal facto foi aproveitado pelo rei D. Sancho I para, com o seu exército e o apoio de cruzados do Norte da Europa que se dirigiam à Palestina, pôr cerco à cidade em 1189. A luta por Silves foi demorada e cruenta, tendo muitos dos seus habitantes perdido a vida, segundo as crónicas do tempo, vencidos pela fome e pela sede ou trucidados aquando do saque dos cruzados. O domínio português manteve-se por menos de dois anos, já que em 1191 a cidade foi recuperada pelos mouros. Apesar de ter perdido muita da sua população e riqueza, Silves foi elevada a sede de bispado e do governo militar após a conquista definitiva da cidade, no âmbito da ocupação cristã do Algarve -1242/1249 -, finalizada no reinado de D. Afonso III. Os séculos seguintes foram difíceis para Silves que, pela perda do comércio com o Norte de África e pelo progressivo assoreamento do rio, viu afastar-se o lucrativo tráfego marítimo (e com ele a influência económica, política e militar), enquanto localidades como Lagos, Portimão e Faro se tornavam mais relevantes. Catástrofes naturais como a peste, os terramotos e as febres, provocadas pelo pântano em que se transformara o Arade, contribuíram também para a decadência da cidade. O golpe de misericórdia foi dado em 1534, com a bula papal que permitia a transferência da sede do bispado para Faro, o que veio a acontecer anos depois. Silves nunca mais recuperou o seu esplendor passado e, durante quase três séculos, foi uma cidade com um número reduzido de habitantes. A fruta seca e, sobretudo, a cortiça vieram dar na última metade do séc. XIX nova vida e prosperidade à cidade, que se tornou num dos principais centros da sua transformação. Hoje, Silves é uma cidade orgulhosa do seu passado, sede de um concelho com uma economia em crescimento e diversificada. O vermelho escuro das fortes muralhas do castelo dominando a cidade e a paisagem em redor. A arquitetura feita de luz e arte de uma igreja gótica. Os vestígios da presença árabe na história da cidade. As ruas de casas brancas que refletem o Sol e o céu azul.